Não faça Planos
Não faça Planos
02.03.2014
Arquimedes Estrázulas
Pires
Há alguns
anos recebi em minha casa a visita de um amigo que me trazia um convite. Queria
que eu fosse o responsável técnico na execução de um projeto que desenvolvera
para construir um abatedouro para ovinos.
Assim que
disse da sua vontade e antes que eu respondesse, uma voz em meu ouvido
esquerdo, nítida como qualquer voz dita ao ouvido sem sussurrar, falou o
seguinte: Não contribua para a morte de
mais animais!
Evidentemente
declinei do convite, alegando compromissos previamente assumidos, e nunca mais
tocamos no assunto. Mas sei que o abatedouro foi construído e está em
funcionamento.
Em razão de
um acidente sofrido no ano de 1999 e depois de mais de duas dúzias de
cirurgias, houve necessidade de novos procedimentos cirúrgicos para retirada de
uma prótese de quadril e implante de uma prótese total de fêmur. Depois de
longos meses de espera, finalmente surgiu a oportunidade e tem início a
maratona de consultas, exames laboratoriais, de imagem, etc. e tal.
Cirurgião ortopedista de
alta capacidade técnica, o Dr. Ademir Schuroff mostrou as alternativas
existentes, me encaminhou para um infectologista da sua confiança e lá fomos
nós, certos de que em quatro semanas uma nova prótese estaria implantada em
minha perna.
Ledo engano! Um processo
infeccioso de grandes proporções e agente patogênico não identificado – tais os
resultados dos exames que se seguiram em laboratório - me levou a um período de
tratamento e espera não imaginado.
Passado o período
pós-operatório de primeira fase, quando a prótese de quadril fora retirada, e
mais o período de isolamento para tratamento com antibióticos de largo espectro
- o que durou nada menos do que 15 dias – cheio de esperança vamos à consulta
agendada e mais uma vez o infectologista me coloca em quarentena; ou quase.
Mais 12 dias, agora não com um, mas com três antibióticos de largo espectro,
associados.
Diante da possibilidade de a
nova cirurgia para implante da prótese ser autorizada ao cirurgião ortopedista,
o que me permitiria voltar ao “lar doce lar” em poucas semanas, cheio de
esperanças e sonhos, estou eu conversando com a minha mulher quando, novamente
no ouvido esquerdo a voz – amiga e não identificada – me fala: Não faça planos!
E agora? Me pergunto.
E então me lembro do velho
ditado: O futuro a Deus pertence!
Que, aliás, está registrado no Salmo 37:5 > Entrega o teu caminho ao senhor. Confia nele e Ele o fará.
Como duvidar, se Deus está
em todas as coisas, em todos os lugares e, obviamente em mim também! Que assim
seja, portanto e, sem mais planos e resignadamente, aguardo os acontecimentos
que um dia virão.
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