EXTREMOS
Extremos Arquimedes Estrázulas Pires Estamos vendo aí uma foto do nascimento do Rio Amazonas, o maior rio do mundo, em volume de água. Uma foto do exato momento quando as águas negras do Rio que tem o nome inspirado nessa cor e o Solimões, o Rio das águas barrentas, se encontram e se abraçam; a partir daí viajarão juntos. Um deles, o Negro, tem origem nas bacias hidrográficas fronteiriças à Colômbia e Venezuela e após viagem de cerca de 700 quilômetros colhendo material orgânico carreado pelas chuvas e tornado ácido por força da decomposição, assume a cor do azeviche para fazer-se parceiro do outro, o rio das águas branco-amareladas, o rio do seu oposto; é a Natureza nos ensinando a importância do equilíbrio dos extremos. O Solimões nasce nas encostas geladas da majestosa Cordilheira dos Andes peruanos e vai rolando pelas arestas e espigões, em busca dos fiordes e dos baixios argilosos que atravessa enquanto viaja arrancando árvores e porções terros