Benevolência



Benevolência
25/07/2016
Arquimedes Estrázulas Pires

Não veja o idoso às vezes enfermo, às vezes esquecido, às vezes criança novamente, às vezes com algumas marcas no rosto e no corpo, dessas que o tempo deixa em quem se expõe a ele, como um traste velho sem utilidade, sem história e sem vida.
Definitivamente um idoso não é nada disso, por mais que o abandono em que amiúde é visto, o deixe com ares de quem o seja!
Cuide, se for solicitado a cuidar. Dedique-se se for da tua alçada se dedicar. Atenda, se ser atencioso fizer parte dos teus compromissos familiares ou mesmo profissionais, e seja sempre carinhoso, amoroso, benevolente e misericordioso.
Seja caridoso sempre, mesmo que não te caiba qualquer responsabilidade ou obrigação de atenção, zelo e cuidados.
Todos somos pequenos seres criados, mas todos precisamos da ajuda dos outros, conforme Bertold Brecht, no texto “os fuzis da Senhora Carrar”.
Não raramente há idosos que em razão da própria natureza e do seu jeito de ser, um dia pensam novamente crianças, fazem distraidamente, esquecem-se, atrapalham-se e, no fim dos seus dias de gente grande... ficam novamente pequenos.
Grandiosos são, aos olhos de Deus, os pequenos que cuidam dos grandes, quando eles ficam pequenos de novo!
Porque as marcas do tempo marcam diferentemente em cada um, mas marcam. E ainda que os que ficam pequenos não tenham consciência da sua inconsciência, seu eu interior sabe que os pequenos que nessas horas lhes dedicam labores, tempo e atenções com desvelo, o fazem com o coração e não por qualquer outra razão ou interesse, por mais que os haja.
O que dá sentido ao plantio de sementes prenhes de benevolência, amor e caridade, são os ímpetos da alma humana quando ela resolve produzir sonhos, sentimentos e feitos, consciente do alerta do Cristo, de que “a cada um... conforme as suas obras". Serão elas, no tempo adiante, as fornecedoras dos frutos que o semeador colherá como recompensa e expressão do amor que um dia as fecundou.
Todos somos responsáveis – únicos! - pelos efeitos das coisas a que, em qualquer tempo, dermos causa. Faça o bem sem olhar a quem, diz o provérbio.
Pode ser que um dia venhamos a precisar da ajuda de quem nem sabemos quem é. Está escrito; é a Lei!  
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