Liberte Noel
Liberte Noel
16.12.11
Arquimedes Estrázulas
Pires
Todos os
anos, Noel, o bom velhinho das renas, do trenó e dos guizos, desfila sua
invejável resistência física e - de chaminé em chaminé - vai repartindo pedaços
de sonhos, aos milhares, com crianças de todo o Planeta.
A túnica
vermelha e o barrete de Noel são a vestimenta do natal do comércio, que
desperta sonhos de consumo, vaidades, ciúmes, inveja e outros sentimentos que
conflitam com todas as virtudes. Excetue-se, claro, o festejo em família, que
emociona, reúne, lembra, sente saudade, chora, presenteia, banqueteia, come e
bebe. É o contraponto do Natal, mas, pela metade.
Crianças
nascidas de famílias carentes de bens e posses materiais são despojadas, quase com
crueldade, do direito de querer e sonhar. Nada podem além de assistir ao
desfile de outros tantos petizes felizes com os presentes que o “velhinho” lhes
traz. Esse sentimento de abandono desperta velhos traumas desajeitados, ainda
arraigados ao espírito esquecido daqueles que, vestindo corpos inda pequenos,
deixam de lado a lição que deveriam aprender e esquecem-se de que estão em
prova; não deveriam sentir pequeno mas, pelo contrário, superar esse lapso que,
embora em tudo seja doloroso para quem ainda não está qualificado para entender
muito, só lhes fará bem ao espírito. É o adulto de amanhã que exercita agora o
complexo de inferioridade com que acaba de ser presenteado pelo Papai Noel que de
verdade só dá pra quem pode pagar; paradoxal, mas dolorosamente verdadeiro. E o
sentimento errado de “ser inferior” recrudescerá enquanto durar a vida; o que é
sempre um fato a lamentar.
A
vestimenta do natal do comércio, que desperta sentimentos consumistas e
conflita com virtudes cristãs é o avesso do traje que deveria vestir o Natal
Cristão; um traje de respeito, amor e caridade, para a data em que dever-se-ia
comemorar o nascimento do Mensageiro do Cristo; mesmo sabendo que a Festa é
nesse dia por mera convenção. Sabe-se que o menino Nazareno, filho de Maria e
José, teria nascido no sexto mês depois do nascimento de seu primo João
Batista, filho de Isabel e Zacarias, nascido na travessia entre os meses de junho
e julho. Sabe-se, portanto, que Jesus teria nascido por volta do final do mês
de setembro para o começo do mês de outubro. O 25 de dezembro foi adotado por
semelhança com o dia atribuído ao nascimento de outros Avatares, como Gautama,
o Buda, Krishna, Zoroastro e outros.
Que seja assim, então; que
seja em dezembro! Mas que se comemore com o coração e não com o bolso, com o
sentimento de amor e caridade e não despertando inveja, ciúmes e sentimentos de
abandono e desamparo que, convenhamos, são sentimentos que em nada combinam com
o espírito de desprendimento, amor e justiça, pregado por Jesus, o Mestre
Maior.
Estamos
no limiar de tempos novos e já não há lugar para o superficial. Esse vazio de sentimentos
nobres ainda será preenchido pelos grânulos de sabedoria que escorregam da
velha ampulheta dos milênios sem conta, justificando o tempo como “o senhor da
razão” e fazendo dos herdeiros da Terra os sábios seres do amor incondicional.
Então já não haverá Noel
escravo do sonho de ninguém e o Natal festejará por inteiro o nascimento do
Messias, sem renas arreadas, sem marketing e sem vitrines convidando ao consumo;
mas com amor, respeito ao Aniversariante, alegria madura, esperança e fé.
Sintonize
tua alma no Amor do Cristo, atrele teus sonhos à prática do bem, do amor ao
próximo e da caridade, compartilhe sentimentos bons, vibre Luz e tenha, assim,
um... FELIZ NATAL!
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