MORTE?

                          MORTE?

                                             17.12.2010

Arquimedes Estrázulas Pires
O que é esse tão temido fenômeno a que chamamos de morte?
Na verdade, nada mais do que uma simples mudança de condição existencial. Uma simples mudança de dimensão e frequência.
Se olharmos essa condição de existência por ângulos diferentes daqueles a que – culturalmente - estamos acostumados a olhar, fica mais fácil entender que a morte não existe.
Uma planta, quando “morre”, apenas muda da condição a que nos acostumamos a vê-la, para uma nova condição. Agora já não é mais uma planta, mas uma fonte de energia para outras formas de vida. Durante o processo de decomposição alimentará alguns bilhões de microorganismos que, alimentando-se de suas céluas, as decomporão em micronutrientes que alimentarão outras formas de vida microscópica e outras plantas. Esse processo é cíclico e contínuo.
Os microorganismos que aí se alimentarem atingirão o seu limite de vida e ao “morrerem” realimentarão o proceso fornecendo energia para novos seres de sua cadeia alimentar. Da mesma forma, as novas plantas que daí recolherem energias e micronutrientes, através de suas raízes e da fotossíntese, ao deixarem de existir como tais, darão início a um novo ciclo de vida.
Na Natureza nada morre e, rigorosamente, nada é estático. A ciência comprova isso através da “Lei da Conservação das Massas”, de Antoine Lavoisier. De acordo com ela, “em um sistema qualquer, físico ou químico, é impossível criar ou eliminar matéria. É possível apenas transformar essa matéria, de uma forma em que inicialmente se apresente, para outra. Portanto, nem se pode criar alguma coisa do nada e nem se pode transformar alguma coisa em... nada”.
“Na natureza, nada se cria e nada se perde; tudo se transforma”, diz Lavoisier.
O Universo pulsa, incessantemente, em todas as suas dimensões e em todos os seus quadrantes!
Seguindo esse princípio é possível compreender que o Espírito humano, energia fluídica, vibrátil, irradiante e imortal, habitando um corpo físico, energia condensada, pesada e mortal, periodicamente precisa se desfazer deste para continuar sua experiência eterna de buscar conhecimento, verdade, sabedoria e perfeição. Também aqui o processo que denominamos “morte” repete-se exatamente segundo o rito desenvolvido pelos vegetais.
A morte, portanto, da forma como nos incutiram história afora, definitivamente, não existe!
O Espírito, livre das “amarras” físicas, cumpre, em outros planos ou outras dimensões, etapas existenciais que não lhe tolham a busca ou a aquisição de conhecimentos e o acúmulo de experiências, enquanto se prepara para as futuras viagens que terá que cumprir à matéria, em atendimento ao seu programa de vida eterna em permanente evolução. Porque a meta final do Espírito Criado é e será, sempre, a Perfeição.
Paulo, o Apóstolo, diz que “o corpo é o templo do Espírito” [I Cor. 6: 19]. Estudando os “caminhos” do Espírito verificamos que ele ocupa diversos desses “templos”, durante o processo misericordioso das reencarnações sucessivas, colhendo experiências, cumprindo provas, resgatando dívidas, acertando contas e evoluindo.
É nessa infinita viagem pelos caminhos do tempo que o Espírito humano busca as esferas mais altas da existência, onde atuam os Espíritos Puros [Allan Kardec, LE: 100 a 113].
O Espírito depende de um corpo físico, em cada tempo, para cumprir sua jornada evolutiva e, ao atingir a condição de Espírito Puro, então já não precisa deles, porque não tem mais a necessidade imperiosa de reencarnar; a menos, claro, em missões especiais. É nessa condição de Espírito Puro, com todas as experiências indispensáveis para que seja considerado um sábio, que o Espírito Humano chega à condição de Anjo de Deus.
Permanece indispensável, no entanto, o esclarecimento de que nem mesmo na condição de Anjo de Deus o Espírito passa à ociosidade. As tarefas evolutivas não cessam jamais. Aqui, pra que a memória seja - uma vez mais - estimulada positivamente, é preciso lembrar de que “há muitas moradas na Casa de Meu Pai”. [Jo 14: 1 a 3]. Os Anjos de Deus têm – certamente - muito que fazer em cada uma delas. É quando passam de “instruídos” a “Instrutores” e de obreiros nos mundos onde a marcha da evolução é mais pesada e difícil, a integrantes das Divinas hostes de Auxiliares Diretos do Criador.
Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um deles uma missão, com o fim de esclarecê-los e, progressivamente, conduzi-los à perfeição pelo conhecimento da verdade e para que possam, assim perfeitos, aproximarem-se D’Ele. A felicidade eterna e sem perturbações, cada Espírito encontrará nessa perfeição. Os Espíritos adquirem o conhecimento passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais prontamente ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem lamentação, e assim permanecem, por sua própria culpa, distanciados da perfeição e da felicidade prometida.” [Livro dos Espíritos – 115]
Todos os espíritos, indistintamente, atingirão a Perfeição; o tempo pra chegar lá é que depende de cada um, mas o destino é o mesmo para todos. Virá o dia em que todos, rigorosamente, seremos Anjos de Deus.
No livro “A Vida Além da Sepultura”, escrito em parceria com o espírito Atanagildo, com psicografia de Ercílio Maes, Ramatís descreve o fenômeno da morte como sendo "uma simples mudança de apartamento para o espírito"; uma muito natural  "volta para casa".
A saudade que sentem, a parentela e os amigos, é outra coisa. É o sentimento de impotência diante da saudade que prenuncia um tempo não sabido, distante daquele que acaba de “voltar pra casa”. Mas também é a soma do desconhecimento sobre as verdades Divinas que Jesus Cristo prometeu esclarecer - no devido tempo - através do Consolador Prometido ou Espírito de Verdade. [João 14: 15 e 17 a 20]
Seria muito bom se fosse possível fazer ver e compreender, a aqueles que passam por essa ruptura temporária em suas relações familiares ou de amizade, que tudo se passa como se aquele que partiu houvesse apenas saído para uma viagem de estudos e que logo todos poderão novamente confraternizar e desfazer saudades.
Mas, embora seja normal que o “homo sapiens”, de posse do livre-arbítrio, já não mais se mova por força de instintos, mas de sentimentos, ainda levará algum tempo até que todos se acostumem à ideia de que tudo passa; até mesmo a tristeza.
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Comentários

neyra disse…
Parabéns Primo, o texto é incrível!
Entendo e acredito no que dizes. Mas mesmo sabendo que numa outra encarnação, possívelmente, reencontraremos aqueles que amamos, é difícil lidar com a "morte", a perda, a saudade.
É preciso muita evolução...
Beijos com carinho
da Neyra.
Fica em Paz.

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