Retovo
Retovo
[Arquimedes Estrázulas
Pires - 2015]
Não é de hoje que
existo.
Meu tempo é dos mais
antigos.
Campereando mil
coxilhas,
Fazendo e perdendo
amigos.
Tenho andado entre
mil mundos
Cumprindo missões e
provas,
Descortinando
lembranças
E aprendendo lições
novas.
Desde bem antes do
Cristo
Tenho andado neste
mundo,
Abrindo os sentidos
d‘alma
E entendendo porque
existo.
Mesmo em silêncio
profundo
Sorrindo ou mesmo
chorando,
Nem sempre mantendo a
calma
Mas sempre me
levantando.
Venho mesmo de bem
longe;
Desde as barrancas do
mundo,
Onde fui guerreiro e
monge,
Talvez, até
vagabundo.
Venho de estâncias
distantes,
Das fronteiras da
querência
Lembrando vidas de
dantes,
Desde os confins da
existência.
Já viajei por muitas
eras,
Vivenciando a própria
história,
E embora muitas
quimeras,
Deus me deu muitas
vitórias.
Sempre peleando com a
vida
E aprendendo com
problemas,
Tiro mil lições da
lida,
E faço delas,
emblemas.
Mantendo as rédeas do
tempo,
E no seu lombo
viajando,
A Luz de Deus eu
contemplo
Enquanto vai me
guiando.
Vou conhecendo
verdades,
Apurando o
entendimento,
Perdendo assim, a
ansiedade,
Vivendo cada momento.
Quero viver mais mil
vidas
Se não tiver outro
jeito,
Mas que eu nunca me
arrependa
De nada que tenha
feito!
Deste jeito vou
levando,
Minha existência
terrestre,
Tendo em Deus o Pai e
guia,
E em Jesus meu grande
Mestre.
Mas não nego, ainda
há medos
Que escondo, sempre
que posso,
Tapeando com a fé que
tenho
E cobrindo com bom
retovo.
Até que a vida amanheça
E dos meus medos,
liberto,
Eu possa sentir bem
perto
O amor do Cristo, de
novo.
De novo em alguma
plaga
Deste Universo
radiante,
Quero viver nova
saga,
Em nova estrada, lá
adiante,
Pra realizar outros
sonhos
De quem caminhar
comigo:
Família, amadas,
amantes,
Irmãos do caminho,
amigos.
Peço a Deus por estes
sonhos
Que me puxam tempo
afora
Pra que eu seja bem
mais puro
Quando daqui for
embora.
E que me dê a
oportunidade
De viver em outros
mundos
Praticando o amor
profundo
Por Ele, na
eternidade.
*** *** ***
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