Da reflexão e da decisão



Da reflexão e da decisão
22 de julho de 2014
Arquimedes Estrázulas Pires
Eu sou eu, você é você, os outros são os outros. Mas todos – indistintamente - partículas da Inteligência Cósmica a que nos acostumamos a chamar de... Deus.
Assim, originalmente somos programados para evoluir constantemente e produzir transformações em nós mesmos e no ambiente em que existimos. Sempre a partir de observações, experiências e exemplos. Se vivêssemos sozinhos em algum lugar desabitado não haveria progresso e não haveria desenvolvimento intelectual, moral, comportamental, etc. Porque não teríamos oportunidade de observar pessoas, experimentar situações e avaliar exemplos.
Toda a harmonia percebida entre situações e seres, no Universo, ocorre por afinidade e não por conveniência. Assim, os semelhantes se atraem e os diferentes se afastam, sem que seja necessário forçar a barra em um ou em outro sentido. É por isso que a família é um cadinho[1] onde se misturam personalidades com necessidades mútuas, de evolução e aperfeiçoamento. É também por isso que nos afeiçoamos a algumas pessoas e nos sentimos desconfortáveis em razão ou em presença de outras; na família ou fora dela.
Tendo em mente o fato de que a harmonia só poderá existir em sua plenitude se for espontânea, que somos seres inteligentes e possuidores da capacidade de discernir entre caminhos a serem seguidos ou entre atitudes a serem tomadas e, considerando que toda decisão intempestiva – por necessidade ou incúria – pode nos levar a situações indesejáveis, desagradáveis ou desnecessárias, devemos primar pela ponderação diante de quaisquer situações que exijam sensatez. O equilíbrio será sempre quebrado diante da intempestividade. No plano emocional, mental ou físico.
Portanto, a bem da harmonia em todas as situações e – especialmente – a bem da harmonia no âmbito pessoal, devemos ser cautelosos diante de situações que nos testem a capacidade de nos mantermos em equilíbrio emocional, mental ou físico.
Uma relação entre pessoas – na família, no trabalho ou em qualquer lugar – exige esse posicionamento. Ou os envolvidos poderão acabar desestimulados a continuar, caso nem tudo aconteça conforme o pensamento prévio os tenha levado a pensar. Somos individualidades universais e, por consequência do fato, diferentes em relação aos demais, em que pese o espírito sociável, atávico à espécie humana.
Em nada nos afinaremos com outras pessoas ou grupos sociais, se entre eles e nós não houver certa semelhança de sentimentos, conhecimentos, ideias e ideais.
Se a presença desses ingredientes é verdadeira em um projeto que desejemos realizar em conjunto com uma ou mais pessoas, certamente aí há interesses comuns e, nesse caso, a necessária harmonia para que nos seja possível inferir que haverá satisfação durante e após a sua realização. Ninguém se atira a uma empreitada que ao final seja capaz de lhe render prejuízos ou aborrecimentos. Pelo menos não, se a ação for precedida da cautela recomendável em situações inusitadas.
Na alegoria da caverna Platão nos induz à reflexão sobre a importância de conhecer o ambiente onde existimos, e o seu entorno. Inclusive, evidentemente, pessoas, seres e coisas que eventualmente aí existam. Porque aos nossos olhos – vesgos quando nos recusamos a buscar verdades mais profundas do que aquelas que em dado momento nos interesse buscar – pode ser que sejamos plenos de razão sobre o que nos cabe cuidar. O que não nos dá nenhuma garantia de que assim seja.
É justamente Platão quem nos faz lembrar de que o inteligente aprende com os próprios erros e o sábio aprende com os erros alheios. Antes de cada tomada de decisão, a observação crítica sobre resultados, comportamentos e experiências de outrem, poderá ser a diferença fundamental entre a satisfação e o lamento.
Exercite a vigilância, a prudência e a oração.
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[1] Vaso de argila refratária, de ferro, de prata, de platina ou de outra matéria, que serve para nele se fundirem metais ou outros minerais; crisol.

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