O meu Deus é Deus; e o teu?
04.03.2012
Arquimedes Estrázulas Pires
Por uma
decorrência cósmica mais uma vez estamos no átrio de um novo tempo. O ano
calendário 2012 já vai alto, carregando a expectativa com que as profecias têm
bordado o ideário místico da humanidade desde os primórdios. Com especial
atenção para o Livro do Apocalipse e o
Calendário Maia, que determinam este como
sendo um tempo de transição entre o velho que se deteriora carecendo recomposição
e reparos na esteira que estendeu no tempo, e o tempo novo, que transformado em
sua essência promete renomear a Terra, chamando-a de... Paraíso.
Mas, há
o intercâmbio interplanos, que transmite entre a matéria física e as dimensões
elevadas onde mora o Espírito, ensinamentos que esclarecem a complicada narrativa
apocalíptica e as quase nada inteligíveis tábuas Maias, acrescentando-lhes
conhecimento sempre novo, a cada novo dia, mesmo que sépticos e leigos o vejam
com olhos sempre duvidosos e inexpressivos.
Da mesma
forma como o Universo se transforma, perseverante e permanentemente, o Planeta
em que vivemos e a Natureza exuberante que contém, também se reformam a cada
segundo. Átomos, moléculas, células, partículas, tecidos, órgãos, corpos, etc.,
independentemente de pertencerem aos reinos mineral, vegetal, animal ou
hominal, porque fazem parte desse Todo
em vibração constante e em constante liberação de energia vital, também se
transformam.
Eternos, porque espíritos
imortais e, consequentemente, infinitos como o próprio tempo, ainda que não
creiamos é necessário que escancaremos toda a nossa boa vontade e nos liguemos
– efetivamente – à Divindade Criadora. Não, logicamente, pela fé negociada com
que muitas correntes religiosas acorrentam o incauto, mas pela lucidez que nos
faz diferentes de seres animais ou simplesmente animados, cujo motor
existencial ainda é o velho impulso do instinto. Precisamos nos posicionar dessa
forma pra que nos seja possível usufruir da graça dessa transformação que há de
produzir um mundo novo para o convívio de todos nós.
“Prefiro
aguardar à porta da Casa do Meu Deus, do que habitar as tendas dos ímpios”,
diz o Salmo 84. Ainda que as coisas não aconteçam no tempo da nossa espera e
das expectativas que geramos, nada justifica o fato de muitos desistirem da
espera pela Providência e atirarem-se, ávidos de prazeres efêmeros e
experiências daninhas, nos braços da perdição. Muito embora quase sempre tarde demais,
até no samba de Silvio Caldas “o arrependimento
quando chega... faz chorar”!
Mas, é de extrema
importância que os olhos que veem a vida, não a vejam vesgamente. Ela precisa
ser vivida com intensidade, em todos os sentidos, porque o Espírito não pode
prescindir das experiências que puder adquirir em sua marcha de evoluir. E,
viver a vida com intensidade, significa fazê-lo de tal modo que nada do que se
pense, sinta ou faça cause ou possa causar qualquer mal ou constrangimento a
quem ou ao o que quer que seja; mesmo que ao próprio vivente.
Não podemos deixar de
exercitar o Espírito em ações indispensáveis, como o trabalho, a busca de
conhecimento, as práticas do bem, do amor ao próximo e da caridade, o
compartilhar de coisas materiais adquiridas ou herdadas e, evidentemente, no
necessário exercício das virtudes que nos caracterizam e identificam como seres
“criados à imagem e semelhança de Deus”.
O único Deus que conheço e que tenho como Criador de tudo o que há.
Tenho visto e ouvido em
algumas igrejas – de variadas confissões religiosas – líderes repetindo que “este deus que veneramos é o deus do
impossível” ou “vamos orar ao nosso
deus”, e coisas assim. Não sei a que deus referem-se em tais e
tão inflamadas prédicas, se existimos por conta da vontade do único Deus que
persiste depois que a Ele fomos apresentados por Abraão, Akenaton, Moisés e
Jesus Cristo; todos os outros, quais bezerros – de ouro ou barro – caíram por
terra desde então e já não deveriam ser invocados em cultos de quaisquer
espécies. O meu Deus é Deus; e pronto! Não há nenhum outro, mesmo que por
recurso de oratória – ou desejos outros - desejem inventá-lo aqui e ali.
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