Sem Privilégios


Sem Privilégios
12/09/2011
Arquimedes Estrázulas Pires
            Informações as mais diversas, que através de grandes profetas e médiuns a Espiritualidade Maior tem passado à humanidade desde os primórdios da história, deveriam manter a todos em permanente estado de alerta, vigilância e oração. Mas, lamentavelmente, não é o que vimos fazendo ou assistindo desde lá.
            A começar pela vigilância sem zelo, que se verifica mesmo entre aqueles que se dizem “ligados” em Deus, passando pela oração sem alma, como a que se vê e ouve em templos de todos os segmentos, todas as doutrinas e todas as crenças religiosas, feitas pela matéria e não pelo espírito, que imploram por socorros materiais, abastança financeira, saúde e etc., esquecendo-se de que em todos os níveis da existência humana nada há que nos seja concedido se não por merecimento, tudo tem sido um grande equívoco.
            No compêndio “Filosofia Espírita” - Volume 2 – Capítulo 13, de título “A Terceira Força”, o Espírito Miramez [Fernando Olivídeo Miramez] nos dá importante orientação que pode ser utilizada para nos fazer entender a prédica de alguns líderes religiosos, desses que afirmam – nos púlpitos - ser possível obter coisas se pagarmos por elas em moeda corrente, mesmo que não as mereçamos. [Mt 10:8-9]
O texto de Miramez, entre outras informações preciosas, diz:
 “A vida é uma sublimidade! Quem quiser vivê-la sob todos os aspectos, observe a harmonia do universo; copie sua cadência e procure viver e respeitar todas as suas nuances.
Quem fugir das normas da Natureza Divina criará situações de difícil solução, em todos os seus caminhos.
 É por isso que O Evangelho Segundo o Espiritismo nos indica que Fora da Caridade não há Salvação.
A caridade se realiza quando respeitamos todas as leis criadas por Deus para garantir e sustentar a Sua grandiosa Criação. Fugir dela, ou delas, é procurar sofrimentos em toda parte.
Somente voltando à casa do Pai, somente nos voltando para as coisas naturais é que a consciência nos dará trégua, nos deixando em uma tranquilidade imperturbável.
A felicidade tem raízes na obediência, que é filha do Amor.”
Ao longo do que tenho escrito, dito e publicado nestes últimos anos, tenho insistido na máxima Crística de que “a cada um será dado segundo as suas obras” [Mateus 16:27].
Não por puro prazer à repetição, mas porque a ciência, o Evangelho do Cristo e a própria Natureza nos atestam sua veracidade, diuturnamente e, em apenas algumas avaliações quase infantis podemos confirmar que vale sempre; por exemplo:
- Tome um balde de sorvete, de uma só vez;
- risque o automóvel novo, do chefe;
- agrida quem passar por você na rua;
- conte mentiras e faça delas tua marca registrada;
- atire pedras contra as vidraças do vizinho;
- gaste, despudoradamente, os seus haveres.
- exagere em tudo o que tiver vontade!
O resultado de cada uma dessas ações, certamente, o induzirá a “mil juras” de que jamais a repetirás!
E Miramez continua:
"Os homens falam muito em Deus. Habituaram-se a repetir o Seu nome em vão, sem, todavia, crerem  verdadeiramente n'Ele.
O Senhor, em Sua onisciência, não Esquematizaria a terra, Planejaria os fatos e Estruturaria a evolução dos homens e das coisas, sem um objetivo maior.
O cumprimento das profecias e o fim dos tempos nos perturbam e comovem, por termos de passar por provas que deverão atingir as últimas fibras do nosso equilíbrio.
As palavras do Livro Santo, assim expressam: “Os justos viverão pela fé” [Gálatas 3.11].
Justos são aqueles que incrementam todos os dias a disciplina íntima, a caridade, o amor e a universalidade dos sentimentos.
Nesse clima a criatura sairá da opressão do que sobrevier sobre a Terra e respirará o ambiente do Céu.”
O Cristianismo da modernidade, da chegada às portas da Nova Era, “dos tempos chegados”, não poderia admitir daqueles que o escolhem como caminho de busca, nenhum falseio, nenhuma fraude, nenhum faz de conta, nenhuma promessa vã, nenhuma pregação com conotação teatral objetivando benefícios a quem a faz; não poderia admitir nenhum “milagre”, mediante paga pecuniária.
             Mas, o Cristianismo “dos tempos chegados” tem múltiplos caminhos para quem deseja encontrar a si mesmo e encontrar... Deus.
Com o advento da Doutrina Espírita abriram-se as portas de um tempo novo onde é possível, através de uma necessária e ética parceria entre ciência e espíritos, derrubar mitos, desfazer dúvidas, quebrar tabus, despedaçar dogmas e... questionar; questionar muito e, a partir daí, descobrir a lógica da vida; a lógica da Obra de Deus em todos os reinos da Natureza.
A rigor, pouco importa se cada um pertence a esta ou àquela igreja, religião ou seita. Como diz Leonardo Boff, “não me interessa, amigo, a tua religião ou mesmo se você não tem uma. O que realmente importa é tua conduta perante o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade; tua conduta perante o mundo”.
Estamos no vestíbulo da Nova Era, em plena transição planetária e ainda há quem não confie suficientemente em Deus e em Seus Planos de cristianizar a Terra para fazer dela o Paraíso de que falam as Escrituras e, dos espíritos de boa vontade, os seus herdeiros. O que é absolutamente normal, considerado o fato de que estamos em processo evolutivo e, como na escola, em “salas” diferentes, onde lições diferentes são ensinadas, cada uma a seu tempo.
O Espiritismo ensina que a passagem do Evangelho de João, aquela de que “um dia seremos um só rebanho com um só Pastor” [Jo 10:16], em breve será realidade; estamos todos em constante evolução, assim como todo o Universo e, exatamente por isso, nem todos temos o mesmo entendimento sobre todas as coisas, sobre todas as teorias, sobre todas as crenças, sobre Deus e sobre a vida.
Mas vem aí o dia em que estaremos todos tocando pela batuta do Maestro Jesus Cristo, o Governador Espiritual do Planeta Terra e, então, seremos capazes de compreender tudo o que hoje - para muitos de nós - parece impossível ou até mesmo... fantasioso e inverossímil.
A fala de Paulo Apóstolo, em Gálatas 3:11, de que os justos viverão pela fé”, nos reponta á reflexão de que quem crê, racionalmente, nas promessas do Cristo, obedece ao Ensinamento que Ele nos deixa nas páginas do Evangelho; porque compreende que assim fazendo habilita-se à vida em sua plenitude, com saúde, paz e bem.
Quer dizer que quem, pelo menos, já admite que a vida não se acaba ao fim de alguns poucos anos, mas, se sucede - indefinidamente - através de reencarnações nas mais diversas “moradas da Casa do Pai”, investe na própria reforma íntima, revê conceitos, reconsidera posições e se renova no bem, tornando-se um ser caridoso, justo, bondoso e dedicado à prática do amor ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas.
Este é o ensinamento fundamental do Evangelho do Cristo; o ensinamento que resume tudo o mais que em Seu nome venha a ser dito onde quer que seja: “Faça ao teu próximo, apenas e tão somente aquelas coisas que te deixam feliz quando alguém as faz a você”. Esta interpretação espírita do “amai-vos uns aos outros” explica com mais clareza a mensagem Evangélica.
Esse proceder vale tanto no trato com a parentela, quanto com os companheiros de jornada, no trabalho, na escola, na comunidade, no local de culto e em qualquer lugar.
Faça o teste e tire a prova. Comece essa grande reconfiguração do teu “eu”, coloque em tua vida a certeza de que Deus está contigo e veja como a estrada se abrirá em largos sorrisos para você passar.
Claro, é indispensável que essa certeza não seja capenga e torta, como aquela que te fazem crer certos pregadores do Evangelho. Porque as coisas não acontecem por acaso e nem só porque as queiramos ver acontecer.
As coisas que acontecem em nossas vidas são sementes que vão germinando à medida que as regamos com sentimentos, pensamentos e ações. Daí a importância de que esses “fertilizantes” sejam da melhor qualidade. E, evidentemente, que as sementes sejam imunizadas com caridade e amor; a Deus e ao próximo. Porque “a cada um será dado segundo as suas obras”; lembra? [Jeremias 32:19; Mateus 16:27; Apocalipse 20:13; Salmos 28:4; Jeremias 17:10; Oséias 4:9]...
No curso das Leis de Deus não há acaso, não há mágicas e não há privilégios.
Portanto, ninguém está ou estará obrigado a pensar, querer, desejar, dizer ou fazer... nada! Em outras palavras, ninguém é obrigado a plantar... nada! Mas saiba que, se plantar, será disso mesmo o que colherá!
PAZ E LUZ.
***       ***       ***

Comentários

cirolisita disse…
EMBORA NÃO FAÇA MAIS CONTATO COMIGO
CONTINUO VISITANDO SEU BLOG, POIS O MESMO TEM VALOR INESTIMAVEL PARA MIM, UMA VEZ QUE É ESCLARECEDOR PARA NOSSAS MAIS INQUIETANTES DUVIDAS, BLOG DE MUITA RESPONSABILIDADE, ADMIRO MUITISSIMO A REDAÇÃO DO AUTOR, TENHO TIRADO MUITO DE SEU CONTEUDO,
ciro lisita-

Postagens mais visitadas deste blog

Atlântida – No Reino da Luz – Vol. 1.

No Porvir

Um pouco mais sobre “morrer”