Em equilíbrio e perfeição

13.04.2011

Arquimedes Estrázulas Pires


A natureza do ser humano é em equilíbrio e em estado de perfeição; sem doenças, sem desequilíbrios emocionais, sem assincronias metabólicas, sem conflitos, sem transtornos do sistema nervoso e sem culpas.

Qualquer condição ou situação em que se verifique pelo menos uma dessas situações deve ser considerada anormal e, portanto, contra a natureza do espírito humano.

É evidente que na condição de seres em regime permanente de aprendizado, aquisição de conhecimento e busca de experiências que contribuam com o processo evolutivo, os seres humanos passam, rotineiramente, por situações fora dessa normalidade. Nada, entretanto, que possa ou deva ser considerado inalterável ou definitivo. O próprio Universo está em constante transformação de suas estruturas e é esta a condição que dever ser observada também em nossa marcha eterna.

A Lei de Causa e Efeito nos leva a corrigir o rumo e o itinerário da marcha sempre que utilizamos adequadamente o livre-arbítrio. Esta condição de absoluta liberdade existencial implica responsabilidades que devem ser levadas em conta; ou pra que não haja grandes e sofridas colheitas desnecessárias ou, na condição ideal, pra que abreviemos o tempo de viagem aos planos maiores da vida. Por mais demorada que seja essa viagem, é pra lá que todos vamos.

Sabemos que as práticas virtuosas, entre elas o amor ao próximo, a sintonia com o bem, a paciência, a resignação, a solidariedade, a religiosidade, a espiritualidade, a caridade, o gosto pela boa música e pelas artes nobres, a preferência pelas coisas boas e energeticamente positivas, identificam espíritos em bom nível de evolução, enquanto os sentimentos inferiores, como ódio, rancor, desamor, ciúme, inveja, egoísmo, vingança e assemelhados, além de nos incluir na lista dos desleixados espíritos que estacionaram no tempo e na marcha, induzem o cérebro perispiritual a produzir substâncias tóxicas que, sugeridas ao cérebro físico, liberam toxinas capazes de envenenar as estruturas do corpo e estas, sob o efeito de tais substâncias, degeneram em enfermidades nem sempre detectadas pela medicina e nem sempre passíveis de cura sem contrapartidas de cunho espiritual, como as energizações positivas efetivadas através da oração sincera e das ações voltadas ao bem de terceiros, como a caridade, a beneficência e a dedicação de parcelas do tempo em favor de pessoas ou instituições de reconhecida benemerência.

Não há nenhuma ligação possível entre dificuldades físicas e financeiras, com alguma espécie de “castigo divino”. Deus não se dá a essa pequenez. Os males que nos afligem são, sempre, efeitos de causas por nós mesmos provocadas. Não necessariamente neste tempo em que os vivenciamos, mas certamente em algum trecho da estrada por onde nos dispomos a evoluir e por onde temos andado enquanto curtimos este passeio engrandecedor, pela eternidade.

Ramatis, um dos grandes Mestres da Espiritualidade Maior, que não tem poupado esforços para esclarecer a humanidade sobre suas próprias responsabilidades e sobre a necessidade de redimensionar seu universo de sentimentos pra que a vida flua com mais desenvoltura e sob inspiração de Deus e não de outros seres, nos diz, em seu livro “Fisiologia da Alma”, o seguinte:

“Nos momentos "pecaminosos", o homem utiliza substâncias mentais e astralinos inferiores e, assim, produz "resíduos" ou "tóxicos" que se incrustam no perispírito e formam a indumentária imprópria à vida angélica. Após a desencarnação, esse sedimento deve ser drenado nos charcos do Astral Inferior ou então, vertido para o corpo carnal em nova reencarnação. Isso produz sofrimentos por estados enfermiços, porque se trata de um processo purgativo de limpeza do perispírito, obscurecido pelas energias brutas, angariadas nas vidas pregressas. Tanto os pântanos astralinos funcionam como estações terapêuticas, absorvendo a carga tóxica da veste perispiritual, como o corpo físico também atua na forma de um mata-borrão vivo, enxugando os fluidos nocivos”.

Essa citação de Ramatis corrige a ideia – errada - de que a dor é instrumento de evolução; não é. O que acontece é que com ela ajeita-se o que está errado e aperfeiçoa-se o que não está no seu melhor estado, aspecto ou condição. Como o diamante que, pra se tornar “brilhante”, precisa sofrer a ação do lapidário; a roupa suja, que precisa ser esfregada pra recobrar o estado de limpeza ideal; a água destilada que, pra se livrar das impurezas, precisou passar pelo processo de fervura, e assim por diante.

Somos partes da grande Obra de Deus e, como tal, evidentemente perfeitos. Se em algum tempo e por qualquer razão não nos sentimos ou não nos vemos assim, a culpa não está nem em Deus e nem na Obra, mas em nós mesmos. Modifiquem-se os costumes, os sentimentos, o pensamento e a palavra e, certamente, nos surpreenderemos, de repente, nesse mundo de Perfeição para o qual fomos criados, onde há saúde, alegria, paz, amigos leais, vizinhos bondosos, companheiros generosos, mestres laboriosos e honrados, familiares dedicados e felicidade por toda parte.

Se as coisas materiais não são os “tesouros” mais ricos e importantes para o nosso existir, como ensina Jesus, o Nazareno e, por conseguinte, a elas não devemos nos apegar, sob pena de estarmos tentando “servir a Deus e a César”, simultaneamente, o que nunca dá certo, também não é de mau alvitre a prática do desapego em relação a todas as coisas e situações que não sejam do nosso agrado. Ninguém gosta de estar doente! O que fazer, então? A melhor opção é esquecer a doença e não considerá-la uma “coisa nossa”. Se tal coisa não me agrada, por que razão então devo me apegar a ela? Abrace o que te apraz e apague da tua vida tudo aquilo que te faz diferente daquele ser “criado à imagem e semelhança de Deus” e, portanto, perfeito.

Os japoneses praticam a terapia do riso, pra derrogar coisas que não lhes agrada. Experimente fazer isso diante das tuas eventuais dificuldades - como quem ri sob o efeito das melhores performances dos velhos palhaços - e veja como os grandes problemas se tornam, repentinamente, minúsculos.

Quero dizer que todos somos o resultado daquilo que praticamos; como na velha Grécia dizia Aristóteles aos do seu tempo.

O velho dito popular “não há mal que sempre dure e nem bem que nunca se acabe”, carece de um complemento indispensável pra que se faça claro, conforme ele mesmo se propõe. Seria importante que se lhe acrescentasse o seguinte: “desde que haja a determinação de querer – ou não - que assim seja”. O espírito humano pode tudo, desde que o queira; essa é a grande diferença entre fazer de conta que quer e querer de verdade.

Os pais que vibram energias positivas sobre seus filhos, ao abençoá-los, criam um padrão mental que os fará sentir-se, realmente, abençoados. Tudo vai bem em suas vidas e as dificuldades são facilmente superáveis porque entendidas como lições e exercícios indispensáveis ao crescimento moral e espiritual de cada um.

Quem vibra energias negativas sobre outrem, usando pensamentos, sentimentos, palavras e ações torpes, contrariamente àqueles que desejam o bem, agride o campo energético dessas pessoas e, se nenhuma delas se prestar ao papel de receptoras desse mau agouro, o magnetismo inferior do que vibrou voltará à origem e, mais hoje, mais amanhã, os resultados se farão sentir em sua vida. Se não agora, certamente um dia!

É assim que se desenham os primeiros esboços das doenças, dos desequilíbrios do sistema nervoso, dos mais diversos conflitos e das dificuldades existenciais que o espírito experimentará em dado ponto de sua viagem de evolução.

Os resíduos tóxicos que se prendem ao perispírito de quem produz pensamentos, sentimentos,palavras e ações inferiores, como lembra Ramatís, ao se desprenderem e descerem para o corpo físico, de onde serão drenados para a Natureza, produzem doenças as mais diversas, em tecidos e órgãos mais vulneráveis a esse tipo de energia. São toxinas produzidas pelo cérebro perispiritual que, reagindo à ação venenosa de tais energias inferiores as materializam no corpo físico, envenenando-o e podendo até levá-lo à degeneração e à morte.

Os grandes sentimentos produtores de câncer, por exemplo, estão na lista encabeçada pelo ódio, pelo rancor e pela vingança. Nem sempre se manifestam em uma mesma existência física, mas a Natureza Divina do Ser Humano não tolera armazenar semelhante conteúdo energético além do tempo em que ocorra a oportunidade de livrar-se dele.

Mas como, pode-se perguntar, alguém de tão boa conduta, tão bons princípios e tão puros sentimentos pode ser alvo de doenças tão graves e tão destruidoras, se tudo se origina no pensamento, no sentimento e na prática do mal?

E eu encerro o texto citando – uma vez mais – Ramatis: “Nem todo o santo de hoje foi magnânimo, virtuoso ou ordeiro, no passado”! [Magia da Redenção – Editora do Conhecimento]

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