Quem somos?
Texto de: Julio Andrés Pagano
Olavarría- Província de Buenos Aires
República Argentina
Traduzido por:
Arquimedes Estrázulas Pires
Pode ser que na foto você me veja sozinho, mas isso não significa que não haja mais ninguém. Tenha sempre em mente que toda forma de ver é uma forma de NÃO ver.
Esta última frase talvez não seja compreendida pela máquina social que instintivamente etiqueta, classifica e busca segurança e ordem para poder uniformizar e nivelar, por baixo... de maneira que o espírito não voe e o coração se asfixie.
Um quadro na parede do meu quarto mostra que, segundo o ensinamento tradicional, sou licenciado em Marketing. Ainda que o verdadeiro aprendizado seja recebido à medida que o jogo existencial se desenvolve.
Sinto a Terra como uma maravilhosa escola de vida. Seus ensinamentos são vivenciais e personalizados. Vimos aprender. Vimos evoluir. Estamos de passagem. Ninguém sabe quanto tempo permaneceremos. Esta situação a alguns é paralisante. A outros, os desconcerta. A mim, mobiliza e convida a desfrutar.
Na era atual, falar de abertura da consciência é o mesmo que pretender tirar patente de louco; tudo parece conspirar para que a alma siga, apenas, prisioneira de um corpo inconsciente, amarrada a instintos primários e sem espaço para coisas vitais.
Minuto a minuto, os meios de comunicação denunciam que o mundo se desfaz em pedaços. A natureza chora e se retorce de dor mas o homem permanece indiferente. Parece que grande parte da humanidade não está disposta a mudar; que não quer acordar.
Definições sobre o significado de “buscador”, são abundantes. Na minha ótica limitada, um buscador é aquele que, movido pela insatisfação e pela dúvida, começa a peregrinar com o propósito de saber quem é, para não sucumbir ante tantos disparates patrocinados pela mediocridade e pela indiferença.
No ocidente, falar de “despertar a consciência” não é coisa simples, bem sei. No entanto, a busca permanente da verdade é indispensável. Os questionamentos não devem girar em torno da chatice desse consumismo impiedoso, que multiplica e agiganta desejos de acumular, mais e mais, coisas sem importância; coisas que por sua própria insignificância impedem que possamos elevar a faixa em que vibramos.
Minha intenção mais pura é que este texto sirva de inspiração a muitos e que possa romper suas próprias amarras; que possa cumprir com sua missão de despertar o desejo de conhecer, que é sua verdadeira missão de vida. Se vai conseguir ou não, pouco importa. Tentar, sim; um desafio que motiva e que engrandece.
Este texto é dirigido aos que buscam, que talvez sejam os únicos que podem compreender seu verdadeiro valor. Sei também que a verdade se esconde de si mesma e, por isso, não me preocupo se estas páginas cairão em mãos desinteressadas. Quando chegamos ao final de uma empreitada sem alcançar os resultados esperados, rir, quando nada, é sempre um bom resultado.
Hoje estamos vivendo um momento histórico, para a humanidade. Um momento que exige flexibilidade de pensamento e capacidade de adaptação com as coisas novas que se revelam a cada dia. Um momento que exige o despertar dessa consciência adormecida e carente de que mente, corpo e espírito funcionem sincronizadamente.
Os obstáculos que a vida coloca à nossa passagem são oportunidades disfarçadas, de exercícios, para que possamos melhorar. Cada experiência é única e intransferível. Ninguém, além de nós mesmos, é responsável pelos nossos atos. Com as decisões que tomamos contribuímos para que o mundo prospere ou se acabe.
É tempo de mostrar ao mundo o que temos de melhor em nós mesmos! É tempo de escutar a voz do coração e de nos decidirmos pela derrubada dos muros dos nossos medos, para que possamos sair do pântano da submissão ao nada.
É imperativo que nos tornemos mais sensíveis!
Pela sensibilidade de compreender as sugestões da intuição, do amor, da imaginação, da solidariedade, da humildade, da alegria e do riso, recuperaremos a sabedoria de viver em harmonia com a Mãe Natureza.
Não podemos esquecer que somos os atores de um espetáculo extraordinário, chamado humanidade; os construtores de uma nova ordem. Apenas devemos permitir “sermos humanos”, para podermos vibrar em uma nova dimensão.
Deixemos de lado as crenças e transcendamos as divisões, sintonizando a alma com o mais puro de nosso próprio ser, assumindo o compromisso de mudar. Ninguém pode fazer isso por nós! É uma tarefa indelegável e, mais do que isso, inadiável. Não temos muito tempo. Agora é a hora de começar porque o futuro há muito deixou de ser apenas uma projeção da mente e o passado é apenas a soma de algumas recordações; algumas sem nenhuma razão de ser.
É hora de acordar! Precisamos nos dar conta do quanto já destruímos deste magnífico Planeta, o único lar que por enquanto temos para viver; e o fizemos a passos de gigante, movidos pela barbárie em que temos estado imersos.
É certo que este texto está impregnado pela minha subjetividade; também é certo que leva o estigma da minha mente e contém o molde inequívoco dos meus condicionamentos e das minhas limitações. Mas, sobretudo, também é certo que nele fervilham palavras inspiradas pelo MEU espírito, com o propósito de que o TEU espírito também se anime a voar!
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